Cheguei a esta conclusão quando no outro dia uma amiga na brincadeira disse:
"-Come isso que faz-te bem! Se não comeres vou chamar o bixo papão e ele leva-te!"
E fez-se luz...
Ora, quando uma mãe diz isto a um filho (e note-se que o bixo papão pode ser o homem do saco, o velho, o monstro, o alien, etc...) como é que esse filho consegue viver em paz e seguir a sua vida como se nada fosse sem se questionar logicamente quanto a esta questão??
É que daquela ameaça irresponsável da mãe só se podem tirar 2 conclusões possíveis:
1ª - Se a Mãe quer realmente o bem do filho, e se aqueles bróculos ou espinafres são realmente bons para a sua saúde, então o Papão ou o velho do saco (que pelos vistos são cúmplices da Mãe) também querem o seu bem, logo a ameaça não passa de um bluff estúpido, e a criança pode usar o livre-arbítrio e comer ou não os vegetais... e arriscar-se a levar um pragmático tareão (sendo esta a 2ª abordagem mais comum, depois da ameaça do Papão falhar).
2ª - Se a Mãe se dá com este tipo de fauna... Papões que devoram crianças e velhos com sacos que fazem sabe deus o quê...e se ainda por cima estava disposta a chamá-los por um motivo tão trivial como meia dúzia de bróculos num prato... então que raio de Mãe é esta?? E será que esses vegetais são mesmo bons para mim?
"Ou como ou matas-me!? Não devíamos chegar a tanto por uma coisa que é para meu bem, nao é...?"
Então se as criancinhas ouvem estas ameaças e ignoram ou acabam mesmo por comer os vegetais, mas não se questionam quanto á maldade do Papão ou quanto ao papel benigno da Mãe, isto só pode significar que as suas mentes foram a partir desse impacto, desse turbilhão de medos e de inseguranças, formatadas para atingir um grau muito primitivo de lógica... A partir desse dia traumático, passaram a deixar que os seus medos ou a informação pre-estabelecida por "seres superiores" ditassem a sua vida, sobrepondo-se á razão e à lógica!
Isto meus senhores, é um dos motivos pelos quais sonho ser Náufrago. Não suporto a humanidade.
E agora um smileyzinho que é para dar ideia que não estou a falar mesmo a sério :)
Por Guerra, o corrécio.